
A hipocrisia das pessoas é algo que me surpreende a cada dia.
A causa dessa vez foi um e-mail mostrando o horror da criação de galinhas para produção de ovos.
Sem duvida nenhuma o e-mail deixa claro o sofrimento dos galináceos, e nos da à opção para trocar os ovos de granja por ovos de galinha caipira.
Hummm.... Já começo duvidando que alguém que esteja lendo esse post saiba onde se vende ovos de galinha caipira com procedência numa cidade como Sorocaba.
Mas tem que ser com procedência, não vale ir à quitanda Ikeda e comprar ovos de galinha caipira embalado.
Bem pra facilitar as coisas existe sim um lugar que vende ovos de galinha caipira aqui próximo de Sorocaba, mas surge um pequeno problema o valor da dúzia de ovo é 50% mais caro.
Pra quem não faz a menor idéia de quanto custa uma dúzia de ovos porque nunca precisou comprar é fácil falar em ovos caipira de procedência....
Essa historinha chega a ser intragável, é muito bonito tentar mostrar um estilinho de vida ecológico de apartamento, mas no fundo está claro que não está fazendo tudo que pode para “limitar” o sofrimento, é sabido que poderia ajudar muito mais, mas não quer, porque o estilo de vida é muito conveniente, e teria que abrir mão de muito, mas tudo bem – faz bem ter a consciência de se sentir bem consigo.
Existem sim métodos de criação intensiva que impõem morte precoce depois de uma curta vida em confinamento, dentre toda sorte de condutas cruéis como a descorna, a debicagem, a marcação a ferro, a castração, e a inseminação artificial, realizadas por leigos e sem utilização de anestésicos.
Carneiros e porcos perdem suas caudas a golpes de faca. Leitoas submetidas à inseminação artificial permanecem acorrentadas, sempre na mesma posição, para garantir a amamentação contínua de filhotes, que com três semanas de vida são separados da mãe, castrados e desdentados a sangue frio, até serem mortos, a golpes de faca, com cinco meses de idade.
Assim sendo fico muito curioso em saber se esses ecologistas da sala de estar vão parar de comer aquele suculento baby beff da churrascaria OK, ou vão deixar de convidar aquela gatinha pra ir ao argentino degustar um delicioso chouriço.
Será quem sempre vão procurar saber a procedência do que estão comendo????
E outra coisa, será que realmente as maiorias dos criadouros de animais utilizam essa forma odiosa de criação e abate????
Realmente acho de um cinismo gritante sugerir um tratamento igualitário com os animais utilizando como justificativas o meio ambiente, a saúde e os próprios animais.
Essa de meio ambiente é uma babaquice antropológica sem tamanho. Fazer critica a agropecuária, e afirmar que é uma atividade humana predatória ao meio ambiente, se esquecendo que se estamos aqui hoje, e se a espécie humana domina este planeta, foi porque ancestrais dominaram a técnica de agricultura e passaram a criar seu próprio rebanho, deixando de ser nômades. Me parece que tais defensores dos animais só ficariam com a consciência limpa se o mundo fosse varrido de toda a intervenção humana ao longo dos nossos poucos milhares de anos de civilização, pois modificamos de sobremaneira a casa dos nossos animais.
Quero ressaltar que a grande diferença entre minhas convicções e dos rebeldes do sofá está no ponto de que eu penso que a espécie humana domina o planeta terra, teve uma grande capacidade de modificar o ambiente, fazendo com que este estivesse sempre a seu favor. Construíram cidades, monumentos, veículos, vestimentas e outros objetos, ao passo que os animais e outros seres vivos foram subjugados a esta nova realidade, não consigo acreditar que realmente essas pessoas pensam que de nada vale todo o esforço humano até então.
Toda forma de vida merece respeito. E o respeito real que devemos ter com os animais é cumprir com o destino natural deles, seja como montaria, como alimento ou como fonte para o avanço da ciência, com os animais de experimentação. Ninguém é a favor da crueldade, como insistem em afirmar, vamos acabar com essa palhaçada: se não tivéssemos utilizado animais, nunca teríamos vacinas para: cólera, gripe, influenza, hepatites A e B, pólio, rubéola, varíola, catapora, febre amarela, entre outras. Não teríamos insulina, penicilina, antiinflamatórios, analgésicos, anticoagulantes, quimioterápicos, juntas mecânicas, transplante de órgãos. Devemos pensar na utilização de animais, tanto para a dieta, quanto para o desenvolvimento de novos medicamentos e da própria Ciência, como um direito inalienável, pelo qual somente as mesmas pessoas que lutam contra a liberdade poderiam lutar.
E por último esse blá blá blá de defesa pelos animais, querem evocar um sentimento de pena que evolutivamente nunca existiu, e nem sequer mencionam como deveriam se portar em relação a outras espécies menos complexas, como a barata, por exemplo. Matar uma barata seria um crime? Não sei. E eles utilizam aquelas fotos de galinhas sendo mortas e de "porquinhos fofinhos", como propaganda... Sentimentalismo barato.