terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Escolha o título!






Aquele gosto amargo ainda não desceu pela garganta, nem a dúvida do consciente, diante de sua ausência mais devastadora.
Mais que sua ausência, sinto saudade dos risos que não demos, das mãos dadas em dia de sol no parque, o ombro jeitoso recebendo minha cabeça cheia de problemas e aliviando um a um.
Foi-se embora sem dizer adeus, seus olhos que brilhavam em minha direção, os beijos latejantes e suculentos, de bocas que se encaixam e se desejam.
Deixou-me de coração vazio de todo o amor que se poderia dar, deixou o eco dos sonhos que poderiam se realizar, levou uma vida desenhada em rascunho.
Ficou no lugar o medo do coração covarde, aquele que se esconderá, aquele que anda em sombras, gelado e descrente.
Num dia de lua fria, em meio aos calafrios, insistentes perguntas sem respostas, sentindo cada peça quebrada, insegurança e culpa de ser quem se é, só me resta aconchegar-me em mim mesma, fechar os olhos e ir.
De repente chorar ficou tão fácil, “ tristeza, por favor, vá embora”, já clamava o sambista.
O que pode salvar um coração petrificado?
O calor de uma amizade, a força de uma prece, a lembrança secreta de que amanhã, ah o amanhã, será mais do que hoje, mais feliz, ideias em ordem, e vida na devida ordem.

Parlapatéia inspirada em alguem que foi embora...será?

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