terça-feira, 10 de novembro de 2009

texto retirado de um blog, contribuição da loira linda!!!

Meu querido, é tão engraçado como as coisas acontecem... e curioso como o mundo dá voltas. Tive a conversa mais doida com a última pessoa no mundo que poderia imaginar: passamos uma tarde sentados naquela praça conversando coisas que eu nunca quis relembrar. Essa caixinha de lembraças eu tinha lacrado e escondido. Mas, tá aqui. Não tem jeito. Respeirei fundo e abri. Deu um gelo na barriga como se eu tivesse numa montanha russa. Aí veio o alívio. Essa foi a melhor parte: o alívio. Depois de conversar tanto sobre o passado, fiquei pensando no presente e no futuro. Nas conversas que um dia, talvez, teremos. Talvez você me conte algo que eu não saiba sobre você. Por exemplo, sobre como acompanhou meus passos ou o que perguntou sobre mim, querendo saber um pouco mais da minha vida. Talvez me conte das vezes que vasculhou minhas coisas, minhas anotações, os recados dos amigos, aquele papel em cima da mesinha... não que suspeitasse de segredos ou traições, mas como se buscasse uma trilha que te levasse mais pra dentro de mim. Talvez você me conte que decorou aquele trecho de música que eu tanto cantarolava, só porque eu vivia com aquela música na cabeça e você queria saber cantá-la também. Talvez você me conte também que ficava me observando: enquanto eu dormia, enquanto eu comia, enquanto eu me concentrava lendo... só para ler meus sinais, gravar minhas feições, guardar minhas expressões. Talvez você me conte que cada risada mais alta minha, te fazia rir também, te fazia cócegas por dentro... e que você achava graça quando eu me excedia nas conversas, nas risadas ou na bebida. Talvez você me conte que a minha risada mais sincera me fazia franzir o nariz e isso, pra você, era o céu. E que você, nesses momentos, era capaz de parar tudo e se distanciar do que estava acontecendo só para prestar atenção e fazer uma fotografia desse exato instante. Se você tivesse me contado tantos detalhes e tivesse dito dos momentos que ainda podiam ser chamados de oportunos, ahh... eu teria ficado surpresa e feliz. E talvez tivesse te contado isso também. Mas você não me contou e tudo não passa de um talvez. E, talvez, a imagem que eu tenho agora na minha frente, não seja o que eu vejo, talvez você ainda esteja aqui. Ou talvez, nunca tenha mesmo chegado, e por isso, toda vez que penso em nós... ou olho para a porta ou decido dormir.

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